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ISAVE acolhe II Jornadas de Medicina Geral e Familiar

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ISAVE acolhe II Jornadas de Medicina Geral e Familiar

“A sexualidade do idoso tem mais namoro e menos coito” e “pouca gente usa os protetores solares como deve ser” de modo a evitar o cancro da pele: estas foram duas grandes ideias que marcaram hoje, dia 20 de Setembro, as II Jornadas de Medicina Geral e Familiar, no Instituto Superior de Saúde — ISAVE.

A iniciativa dos Internos do Agrupamento de Centros de Saúde do Gerês/Cabreira tinha como tema genérico os “Desafios do Envelhecimento” e encheu o auditório do ISAVE, em Amares, sendo complementada com a apresentação de mais de uma dezena de trabalhos de investigação oriundos de situações concretas vividas em Centros de Saúde e Unidades de Saúde Familiar de todo o norte do país.​

Na sessão de Abertura, o  Diretor Executivo do ACES Gerês/Cabreira elogiou a “cultura de parcerias do ISAVE” na realização destas ações de formação e agradeceu “o apoio científico do ISAVE”, constatando que é “um orgulho ver os frutos destas jornadas organizadas pelo Núcleo de Internos”.​

Por sua vez, a presidente do ISAVE lembrou que esta Escola Superior de Saúde é “um projeto voltado para fora e é com muito agrado que os recebemos mais uma vez”. Mafalda Duarte deu a conhecer novas áreas de estudos que são “alavanca de futuro em que privilegiamos a Investigação”. Nesse sentido, lançou o desafio aos médicos para colaborarem com o Centro de Investigação em Ciências da Saúde (CICS), de modo a “criar sinergias que beneficiem os médicos, o ISAVE e a comunidade  numa estratégia de maior proximidade que permite trabalhar competências dos alunos com as populações”.​

IRONIA DESAFIA AUTARQUIA​

O presidente do Conselho de Direção do ISAVE apostou na ironia: ”ainda bem que chegaram cá todos, graças às inúmeras placas de informação que conduzem às instalações do ISAVE que a Câmara Municipal de Amares prometeu colocar há dois anos”. De facto, não há uma placa que informe as pessoas sobre a existência desta Escola que hoje dinamiza o decido económico, habitacional e cultural de Amares, com três centenas de alunos e professores, desde 2015.​

João Luís Nogueira agradecia desta forma a chegada de várias dezenas de Médicos Internos para participar nestas jornadas numa Escola que traz jovens para o interior. “Há alguns anos, éramos uma escola num descampado de kiwis. Hoje somos mais de 300 e contribuímos para a fixação de jovens da grande cidade num pequeno concelho do interior minhoto: somos uma casa privada aberta à comunidade e este é o ADN do ISAVE” — destacou João Luís Nogueira, agradecendo esta parceria do ACES Gerês/Cabreira.​

Antes da sessão de abertura, um primeiro painel debruçou-se sobre a sexualidade no idoso, com Filipa Vilaça (UCSF de Estarreja) e o urologista Ricardo Ramires (Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães) a abordarem um tema pouco debatido na sociedade.​

De facto, a sexualidade transforma-se no idoso, porque o desejo pode diminuir, especialmente nas mulheres, mas ele mantém-se sexualmente ativo — assegurou Fátima Vilaça, sem esquecer algumas alterações masculinas como a disfunção erétil e a ejaculação retardada, ao passo que elas sentem menos desejo e muitas vezes dor e anorgasmia. Estas dificuldades são compensadas com “maior maturidade emocional, maior descentralização da sexualidade, mais privacidade”.​

Apesar das limitações, os idosos podem ser “mais saudáveis, mais ativos e ter mais desejo sexual, o que se traduz em menos depressão, menor dor, menor mortalidade, menor risco cardiovascular e o sexo atrasa o declínio cognitivo”.​

“Os problemas da sexualidade do idoso exigem ao médico uma abordagem mais holística, global e total, centrada no utente, tendo em conta todas as suas dimensões, culturais, religiosas, insucessos pessoais porque, nos idosos, a melhor sexualidade precisa de mais namoro e menos coito”— concluiu a oradora.​

Por sua vez Ricardo Ramires abordou doenças do aparelho sexual, como a próstata, o cancro, a questões da ereção e ejaculação e o abuso de medicamentos, em que alguns afetam a função eréctil, indicando caminhos de prevenção, como caminhar 20 minutos por dia, não fumar, travar consumo de álcool e normalizar os lípidos no sangue.​

Este médico do Hospital de Guimarães abordou medicamentos como Viagra e similares, a sua toma correta, os seus efeitos secundários em diabéticos, entre outras limitações, sendo particularmente dramático no diagnóstico e tratamento dos cancros associados à sexualidade masculina.​

O segundo painel debruçou-se sobre o envelhecimento da pele, doenças, tratamentos e como a proteger de forma a retardar o seu envelhecimento. Glória da Cunha Velho (Dermatologista do Centro Hospitalar Universitário do Porto) descreveu as etapas do envelhecimento da pele, enquanto André Cerejeira (do mesmo Hospital) abordou os tratamentos destas doenças, com destaque para o cancro de pele. A primeira alertou contra a radiação ultravioleta, o tabaco, a poluição atmosférica e estilos de vida (alcoolismo, sono desassossegado, stress e alimentação) como aceleradores do envelhecimento da pele. As altas temperaturas de cozinha rápida do nosso tempo são outro acelerador do envelhecimento da pele.​

Por seu lado, André Cerejeira debruçou-se sobre as doenças mais graves da pele, como é o caso de melanoma, responsável por 75% de mortalidade dos casos registados, e uma das causas principais é a exposição ao sol. No seu entender, “muito pouca gente cumpre as regras no que concerne à aplicação de protetores solares” e estes cancros atingem homens (70% nas costas) e mulheres (nas pernas).​

A manhã encerrou com as intervenções de Soraia Azevedo (Hospital Conde Bertiandos) e Raquel Araújo (CH Universitário do Porto) sobre a prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação das Osteoporose. Trata-se de uma doença que reduz a densidade e a massa dos ossos, provocando aumento da fragilidade e maior risco de fraturas. ​

Em grande parte dos casos, o paciente só sabe que está com a doença porque um traumatismo mínimo causou uma fratura. A osteoporose atinge principalmente as mulheres na pós-menopausa, com a diminuição das hormonas sexuais. O risco de desenvolver a doença aumenta com o envelhecimento, tanto no homem quanto na mulher.​

Após o almoço, servido pelos estudantes dos Cursos de Restauração da Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV), coordenados pela Prof. Olga Martins e o Mestre Rodrigo Melendrez Rodriguez, a tarde foi dedicada à realização de diversos workshops centrados na temática do envelhecimento.

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