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Dimensões da dor crónica num seminário do ISAVE

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Dimensões da dor crónica num seminário do ISAVE

A licenciatura de Enfermagem do Instituto Superior de Saúde (ISAVE), teve o privilégio de acolher – ainda que através de videoconferência -, no passado dia 15 de Junho, a prof. Doutora em Psicologia Alexandra Ferreira Valente para conduzir um seminário sobre “Dor – experência multidimensional”.

Este seminário – conduzido por esta Docente do ISPA e Investigadora no William James Center for Research – deu corpo à unidade curricular de Terapias não Farmacológicas daquele curso, centrado num dos seus estudos sobre as condições múltiplas de dor musculoesquelética crónica, as quais variam de acordo com a intensidade da dor, as funções física e psicológica afectadas e respostas para lidar com a dor. 

No estudo coordenado por Alexandra Ferreira Valente, as respostas para lidar com a dor podem não estar associadas ao diagnóstico da dor, porque as respostas psicológicas e sociais – para além dos medicamentos – tem implicações/efeitos positivos. Num dos seus estudos, esta Investigadora constata que “a cultura pode ter um papel relevante na determinação da forma como as pessoas com dor lidam com ela”.

Aquela investigadora sustentou que a dor crónica é um problema de saúde com elevado impacto pessoal, económico e social, influenciado por factores biológicos, psicológicos e sociais. Nesse sentido, espera-se que a mesma pessoa lide com a dor de forma diferente em diferentes circunstâncias, e pessoas de diferentes culturas lidem com a dor de forma distinta. 

Numa amostra constituída por 21 (12 portugueses e 9 norte americanos) adultos com dor há mais de 12 meses, os resultados sugerem que a cultura pode influenciar a forma como as pessoas lidam com a dor (cf. “Com dor todos vão ao médico, só alguns meditam: comparação transcultural Portugal/EUA. Psicologia, Saúde & Doenças”). 

As diferenças encontradas podem resultar de fatores culturais e diferenças entre os sistemas de saúde de ambos os países, de outras diferenças legais e de diferenças no acesso e uso de novas tecnologias da informação e meios de comunicação. Este pode ser o caso, por exemplo, quanto ao uso, por participantes norte americanos mas não portugueses, de substâncias psicoativas, das medicinas complementares alternativas, do yoga e da meditação. 

A recente legalização do consumo e comercialização de substâncias psicoativas – drogas leves – no estado de Washington, nos Estados Unidos da América, pode ter favorecido a diminuição do estigma associado à utilização de marijuana para fins medicinais, ao mesmo tempo que agiliza o acesso. Quanto ao recurso a medicinas alternativas e complementares, o seu uso pode estar associado, ademais de a fatores culturais e de ao acesso a informação e testemunhos de outrem ao facto de que algumas destas são cobertas e asseguradas por alguns seguros de saúde nos Estados Unidos da América. O mesmo não ocorre em Portugal, onde o seu uso não está, genericamente, consagrado nem as mesmas são disponibilizadas pelo sistema nacional de saúde.

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